Jardins históricos



Onde a história e a natureza se encontram

Os Jardins Históricos da Quinta da Porta sobem em socalcos os sopés da Serra da Gardunha e são marcados por recantos bucólicos e elementos escultóricos em granito como escadas, presas de água, muros, bancos, um mirante e uma capela de origem templária. Os seus jardins de buxo secular são adornados por cameleiras e rodeados de caleiras de água que trazem frescura e paz.


As inúmeras árvores seculares criam um jogo luz e sombra que convida ao relaxamento e a multiplicidade de flores que povoam os jardins oferecem uma constante mutação de cores e cheiros que, conjugados com o som da água e com o prazenteiro chilrear das várias espécies de passarinhos que aí habitam, torna a visita aos Jardins Históricos da Quinta da Porta numa viagem inesquecível pela História e pela Natureza em todo o seu encanto.



Muitas das pessoas que nos têm visitado nos últimos anos perguntam-nos

que tipo de Quinta é esta, que é tão especial e diferente?

Recuperámos um artigo da Professora Aurora Carapinha, da Universidade de Évora, que foi originalmente publicado no Diário de Notícias, a 21 de Abril de 2008. O artigo já é muito antigo, mas permanece muito útil para nos ajudar a interpretar a Quinta da Porta e, assim, ajudar a conhecer melhor este património tão português como são as Quintas de Recreio.


“No universo do património paisagístico existente em Portugal destaca-se a Quinta de Recreio pelo número com que surge naquele universo mas, sobretudo, pelo papel que representa na nossa cultura. Nascida no contexto cultural renascentista, rapidamente absorve características da nossa forma de nos relacionarmos emocional e afectivamente com a paisagem. Por isso a consideramos um espaço onde a ideia de jardim na cultura portuguesa melhora se materializa e se sente (...)

A Quinta de Recreio é um todo organizado: mata, edifícios, horto de recreio, pomar/horta. É um lugar versátil, onde recreio e produção compartilham o mesmo espaço, invadindo-se mutuamente, estabelecendo relações formais e funcionais. São espaços bucólicos, onde, em áreas confinadas à produção, pontuam elementos arquitectónicos, escultóricos, que definem agradáveis locais de estada, em que sombra, luz, água, aromas e sons se conjugam para criar uma ambiência peculiar. Os locais de recreio são miradouros sobre as áreas de produção e colonizam infra-estruturas funcionais.


Caleiras e tanques, revestidos de azulejos plenos de cor, são elementos de ligação e pólos aglutinadores, decorativos e refrescantes entre o recreio e a produção. Pérgolas, caramanchões e casas de regalo polarizados e reflectidos em taças de água, são a sombra de fonte de frescura onde, recatados das vistas no mais delicioso isolamento, se frui uma paisagem longínqua. Vegetação, água, luz e morfologia do relevo são os componentes fortes no desenho da Quinta de Recreio como o são em todos os jardins.

Mas, em Portugal, a forma como estes elementos são ordenados, desenhados, determina o surgimento de um espaço onde o ócio e o negócio se conciliam criando um espaço com características únicas. Estes espaços revelam- se como a possibilidade da resolução de uma premência da contemporaneidade, pois eles conciliam aquilo que, hoje em dia, se considera inconciliável; o espaço do recreio e o espaço de produção.”